Opinião

Os gliomas difusos de baixo grau constituem uma entidade rara de tumores cerebrais, de crescimento lento, que se manifestam em 80-90% dos casos por uma crise epilética, em doentes jovens, funcionalmente ativos, que mantêm as suas vidas familiar, social e profissional normais.

Desde a conclusão do sequenciamento do genoma humano, em 2003, os avanços em Oncologia não pararam de acontecer. Falamos já sobre Oncologia de precisão, onde os tratamentos são personalizados para cada pessoa, tendo em mente que cada tumor é diferente (independentemente da sua localização) e identificando os seus biomarcadores. No entanto, ainda há muito a fazer no campo da pesquisa e, portanto, no campo do diagnóstico e tratamento.
O cancro da mama é o tumor maligno mais frequente entre a população feminina a nível mundial. Na Europa, estima-se que haja cerca de 90 novos casos por ano em cada 100.000 habitantes. Em Portugal, os números são semelhantes e, embora o prognóstico seja muito favorável, com cerca de 85% das mulheres portuguesas a sobreviver 5 anos após o diagnóstico da doença, mantém-se a necessidade de desenvolver tratamentos cada vez mais eficazes, sobretudo para as formas mais agressivas desta neoplasia.

O Registo Oncológico Nacional (RON) é um registo centralizado que assenta numa única plataforma eletrónica, cuja principal finalidade é reunir e analisar os dados de todos os doentes oncológicos residentes em Portugal continental e nas regiões autónomas. Estes registos permitem monitorizar o trabalho das instituições, a eficácia dos rastreios realizados e das terapêuticas, bem como a epidemiologia, incidência e morbilidade da doença oncológica, dados estes essenciais para a investigação neste campo e para alocar recursos e identificar problemas.
O tromboembolismo venoso (TEV), entidade que engloba a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar (EP) constitui uma das três principais causas de morte cardiovascular no mundo. Trata-se, genericamente, de uma situação clínica provocada pela formação de coágulos no sistema venoso (habitualmente dos membros inferiores) que provocam a sua obstrução (TVP) e, em cerca de 25-50% dos casos, a sua posterior fragmentação e progressão (embolização) para o sistema arterial pulmonar (EP).
Um dos desafios e assuntos pendentes da Oncologia em Portugal é a incorporação da gestão da big data. Existem empresas que já o exploram, mas o setor da saúde ainda não adotou completamente esta onda, contudo existe uma grande quantidade de dados por parte da clínicas e dos hospitais e que não se tira partido em benefício último do doente.
A radioterapia é usada em todos os estádios do cancro da mama. É também utilizada no tratamento de lesões pré invasivas, recidivas locoregionais e disseminação neoplásica da doença para os ossos, SNC e atualmente no tratamento da oligometastização de alguns órgãos parenquimatosos, nomeadamente fígado, pulmão, etc.
O tratamento do cancro do pulmão tem assistido a enormes evoluções nos últimos anos. A esperança de vida dos doentes tem vindo a aumentar, mesmo quando o diagnóstico ocorre em fases avançadas da doença. A descoberta de novos fármacos, dirigidos a subgrupos de doentes com neoplasias portadoras de mutações específicas, permite agora uma terapêutica personalizada.
A alimentação não pode ser vista como uma arma isolada contra o cancro, porém, é fundamental para a manutenção de um bom estado nutricional, potenciando, deste modo, os tratamentos e a recuperação.
Escrito por Dr.ª Verónica Ferreira, responsável pela Unidade do Luto do Serviço de Psiquiatria de Portimão do Centro Hospitalar do Algarve, EPE